Ceclin
ago 24, 2017 0 Comentário


Vereador de Buenos Aires é condenado em esquema de corrupção

vereador de Buenos Aires, Gentil de Oliveira Cavalcanti (PSB), conhecido por Tito da Farmácia

A primeira instância da Justiça Militar da União, no Recife, condenou dois coronéis do Exército Brasileiro, dois tenentes e três civis pelo envolvimento em um esquema de corrupção no Hospital Militar do Exército (HMAR), no Centro da capital pernambucana. Entre os condenados está o atual vereador do município de Buenos Aires, Gentil de Oliveira Cavalcanti (PSB), conhecido por Tito da Farmácia.

Divulgada na segunda (21/8), a sentença foi proferida na sexta (18) e ainda cabe recurso ao Superior Tribunal Militar, em Brasília. Os procedimentos ilegais foram descobertos após uma denúncia feita por outro coronel do Exército, que trabalhou na unidade de saúde e identificou a fraude. Além do diretor do HMAR entre os anos de 2008 e 2010, um empresário de uma companhia especializada em quimioterapia também estava envolvido. Segundo o denunciante, foi constatada uma “especial atenção do diretor do hospital em relação a certas empresas, sendo que os acusados diziam abertamente que parte dos recursos que o hospital pagava à empresa era transformada em doação”. Uma tenente que chefiava o setor de almoxarifado e seu marido, um civil, também participaram do esquema e chegaram a receber valores, de acordo com a sentença.

Hosp Militar Recife

Para encobrir o montante pago aos militares, a empresa fazia doações mensais ao hospital. Entre 2008 e 2009, foram doados equipamentos de ar-condicionado, uniformes para servidores civis, computadores, impressoras, bebedouros, cafeteira e aparelhos de micro-ondas. Depois das doações de eletrodomésticos, o HMAR passou a receber doações em dinheiro, depositadas na conta do Fundo do Exército. Entre 2009 e 2010, a Justiça Militar constatou depósitos de quase R$ 90 mil. Após as investigações do Ministério Público Militar, o esquema foi confirmado por testemunhas e provas periciais. Foi constatada, também, a participação de um funcionário de um banco, que aceitou receber os valores depositados pela empresa em sua conta pessoal. Após receber o montante, ele repassava o dinheiro ao chefe do esquema.

Segundo o órgão, os termos de doação fictícia condiziam com cheques emitidos pelo empresário e depositados na conta bancária do acusado operador do esquema.

Condenações – De acordo com a determinação judicial, o Conselho Especial de Justiça decidiu, por unanimidade, condenar o ex-diretor à pena de seis anos e 11 meses de prisão em regime semiaberto. O segundo coronel envolvido foi condenado por corrupção passiva por 13 vezes, recebendo a pena de quatro anos e sete meses de prisão. Já o empresário dono da companhia envolvida no esquema foi condenado por corrupção ativa, praticada 34 vezes, e por isso, recebeu pena definitiva de três anos, um mês e 15 dias de reclusão.

Um dos tenentes e vereador de Buenos Aires, Tito da Farmácia, foi condenado por corrupção passiva três vezes, recebendo a pena de dois anos, quatro meses e 24 dias de reclusão. Um dos civis recebeu a pena de corrupção passiva por 15 vezes e foi condenado a três anos e quatro meses de prisão. A tenente-chefe do almoxarifado e seu marido também foram condenados pelo mesmo crime, por quatro vezes. As penas do casal são iguais: dois anos e seis meses de reclusão para cada um.

Com informações do G1PE