Ceclin
dez 03, 2018 0 Comentário


Servidores da Fundaj contra o aparelhamento político e a favor do fortalecimento do órgão

Servidores da Fundaj

Após divulgação de relatório do TCU, que aponta irregularidades na gestão da Fundação Joaquim Nabuco, os servidores do órgão se reuniram, na manhã da sexta-feira (30/11), em assembleia extraordinária da Associações de Empregados da Fundaj, em Apipucos- Recife. O encontro reuniu aproximadamente 50 servidores da casa (concursados).

Durante a assembleia, os servidores tiraram encaminhamentos importantes. Eles criaram grupos de trabalho para manter a mobilização e embasar a luta. Na próxima semana deve acontecer nova assembleia, na sede da associação, para discutir agenda e estratégias de mobilização.

“Os trabalhadores estão atentos e preocupados com os dados do TCU, buscando meios para fortalecer essa mobilização e trazer para a sociedade as respostas, que podem não ser concorrentes ao que é apontado pelo relatório. Existe a construção de um PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional), que apresenta muitos dos instrumentos aferidores de controle e que resguardam as ações da entidade para não permitir que a Fundaj se vulnerabilize e se fragilize para questões de fraude e corrupção”, explica a diretora do Sindsep-PE, Elna Melo, que participou da assembleia dos servidores da Fundaj.

A sindicalista reforça que os dados precisam ser divulgados e apreciados, mas ao mesmo tempo o relatório do TCU não aponta as respostas que a Fundação dá para a sociedade, da sua função social. “Então é preciso que isso também seja contado para que seja feito o contraponto, considerando a quantidade de terceirizados existentes atualmente e como esse número evoluiu de 2016 para cá”, diz Elna. Ela faz questão de frisar também que existem limites legais de terceirização em órgãos públicos: “Existem os órgãos controladores, mas existe também o controle social e a sociedade precisa estar atenta”.

Assembleia

Durante a assembleia ficou claro que os dados apontados pelo TCU não são novidade entre os servidores, faltava a materialização desse fatos para partir à luta. Ao longo da reunião, os trabalhadores também fizeram algumas ponderações importantes. Primeiramente era preciso extrapolar os “muros da instituição”,  e destacar a função exercida pela entidade e o serviço prestado que envolve pesquisa, formação, extensão, além de acervo cultural, o que constitui patrimônio imensurável. Para tanto foi elaborado um Plano de Desenvolvimento Institucional e que não obteve êxito na sua apreciação pelas últimas gestões. É importante a implantação do PDI para que a Fundaj cumpra seu papel social, em vez de estar a serviço do mercado.

Além disso, os servidores também lembram das dificuldades em realizar alguns eventos – que não parecem estar em consonância com os interesses da atual gestão – mas que alimentam conteúdos inerentes às atribuições da entidade. Lembram ainda que na Ditadura Militar, regime autoritário e antidemocrático, na década de 60, por exemplo, a Fundaj sediou debates sobre reforma agrária, com a presente do líder das Ligas Camponesas, Francisco Julião.

Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Pernambuco – SINDSEP-PE