Ceclin
jul 25, 2018 0 Comentário


Polícia da Nicarágua nega tiros de paramilitares contra brasileira

Raynéia Lima estudava na Nicarágua há 6 anos e iria se formar em poucos meses Reprodução / Facebook

Raynéia Lima estudava na Nicarágua há 6 anos e iria se formar em poucos meses. Reprodução / Facebook

Por Agência EFE  Manágua

A polícia da Nicarágua negou nessa terça-feira (24/7) que um grupo de paramilitares tenha assassinado a estudante brasileira Raynéia Gabrielle Lima, como havia informado o reitor da Universidade Americana (UAM), Ernesto Medina.

“Um vigilante de segurança privada, em circunstâncias ainda não determinadas, realizou disparos com arma de fogo, um dos quais a impactou e causou ferimentos”, informou a Polícia Nacional, que não identificou o autor dos tiros.

Horas antes, Medina tinha dito que “paramilitares que estavam na casa de Chico (Francisco) López, foram os que dispararam” contra a brasileira, que estudava Medicina na UAM.

López, tesoureiro do partido governista Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), e até pouco tempo atrás gerente de duas grandes empresas estatais relacionadas com o petróleo e o setor construção, foi afetado pelo Global Magnitsky Act, dos Estados Unidos, que o acusou de graves violações aos direitos humanos.

Os paramilitares na Nicarágua atuam em conjunto com a polícia em ataques à população civil, segundo diversas denúncias acompanhadas de vídeos.

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Além de chamar o embaixador brasileiro na Nicarágua para consultas, o governo do Brasil condenou a morte de Raynéia e cobrou das autoridades nicaraguenses a missão de “identificar e punir” os responsáveis. “O governo brasileiro exorta as autoridades nicaraguenses a envidarem todos os esforços necessários para identificar e punir os responsáveis pelo ato criminoso”, afirma a nota do Ministério de Relações Exteriores.

A polícia da Nicarágua informou que o “guarda de vigilância privada está sendo investigado para o esclarecimento do fato”.

O assassinato da brasileira ocorreu horas depois de Medina participar de um fórum, no qual disse que o crescimento econômico e a segurança na Nicarágua antes dos protestos contra o presidente Daniel Ortega em abril “eram parte de uma farsa” porque “nunca houve um plano que acabasse com a pobreza e a injustiça”.