Peça de teatro revela novos atores vitorienses e estreia neste sábado (24)
“O amanhã não pode ser deixado para depois”: espetáculo mostra Brasil distópico onde arte é proibida. O experimento cênico de conclusão de curso do projeto “Atores encenadores da Vitória” revela novos atores vitorienses e é apresentado nos dias 24 e 25 com entrada gratuita
Nos dias 24 e 25 de setembro, o projeto “Atores encenadores da Vitória” apresenta o experimento cênico de conclusão de curso “O amanhã não pode ser deixado para depois”. A peça teatral inédita foi desenvolvida durante três meses por grupo de atores selecionados através de Edital, e tem dramaturgia e direção assinada por Durval Cristóvão. A entrada é franca e os ingressos serão distribuídos no dia e local da apresentação, na Casa Mosaico, no Bairro Bela Vista, em Vitória de Santo Antão.
Com incentivo do Funcultura, o projeto teve início em junho de 2022, com a publicação do Edital para seleção de atores. “A ideia de realizar esse projeto em Vitória de Santo Antão parte da minha própria experiência com as artes cênicas. Pois sendo nascido e criado na cidade, quando eu procurava uma formação teatral, eu precisava ir para o Recife. Então, esse projeto visa dar oportunidade de formação para jovens atores locais”, compartilha Cadu Sales, idealizador e produtor do “Atores encenadores da Vitória”, que visa revelar novos atores vitorienses.
Dos artistas selecionados pelo Edital, seis compõem o elenco da montagem apresentada neste final de semana, são eles: Alexandre Vicente, Augusto Borges, Everton Noronha, Gabriela Alves, Giovana Laís e Kell Soares. De viés político, a distopia se passa em 2038, num país chamado Insula Papagalorum Brasilis. Na trama, toda e qualquer atividade artística é proibida pelo governo, aqueles e aquelas que ousem questionar tal interdição são considerados “criminosos amorais”, “não-humanos” e “vida matável”.
O espetáculo acompanha um grupo de jovens artistas, confinados em um esconderijo no fundo de uma casa, que sonham em mudar a realidade de censura enquanto ensaiam “O matadouro Municipal”, de Tennesse Williams – peça que inspirou a dramaturgia de Durval. Com ares de drama e sátira, o público irá conhecer a história desses personagens ficcionais com problemas similares à realidade do Brasil de 2022.
“No espetáculo que nós criamos, jovens atores estão num mundo dominado pela extrema direita há 16 anos. Fizemos um exercício de futurologia para enxergar o Brasil, país do futuro, mergulhado no atraso. Por isso, chamamos o país fictício, em que nossos personagens vivem, de Insula Papagalorum Brasilis, fazendo menção a uns dos primeiros nomes que nossa terra recebeu”, explica Durval Cristóvão, diretor da montagem.
A apresentação se dá no sábado (24) e domingo (25), em duas sessões diárias: às 16h e às 17h. Na segunda sessão do dia 24 haverá intérprete de Libras.
SERVIÇO
O quê? Peça “O amanhã não pode ser deixado para depois” (classificação: 16 anos)
Quando? Sábado (24) e domingo (25), às 16h e às 17h
Onde? Casa Mosaico, Rua Severino Marçal Nunes, 236 – Bela Vista/Vitória de Santo Antão
Quanto? Gratuito (ingressos distribuídos na hora)
SINOPSE – “O amanhã não pode ser deixado para depois”
Estamos em 2038, na Insula Papagalorum Brasilis, em estado de exceção e sob a tutela de um soberano. Neste contexto, a atividade artística foi proibida. Além da violência do Estado, a doença “Mal do Urso” se alastra incapacitando as pessoas de perceber ironias e metáforas. Em um esconderijo – chamado “buraco” – jovens atores tentam manter a arte cênica viva ao ensaiar a peça “O matadouro Municipal”, de Tennesse Williams.