Palácio interfere e Coutinho é reeleito
Irritado com a disputa entre os socialistas, governador interfere na disputa da mesa da Casa e evita o bate-chapa. Aglaílson Júnior, que queria concorrer à primeira-secretaria. terminou com a terceira
Na manhã de ontem, irritado com o clima acirrado entre os dois, Eduardo perdeu a paciência e convocou o presidente estadual do PSB, Milton Coelho, para encontrar uma saída conciliadora. Ao lado do secretário de Articulação Parlamentar, Sileno Guedes, Milton organizou uma reunião de última hora na sede da agremiação. Na ocasião, Aglaílson foi informado que o Palácio estava ao lado de João Fernando. E, mesmo assim, não recuou. Comunicado da posição do aliado, Eduardo acionou o plano B: abrir uma vaga na mesa para “abrigá-lo”. O PT foi contactado e André Campos aceitou o remanejamento.
Às 13h, o petista chegou ao Palácio, onde já estava a cúpula do PSB. Em seu gabinete, o governador anunciou que André Campos fez o “gesto” maior. Agora, caberia aos aliados – João Fernando e Aglaílson – zerar a disputa para não prejudicar a imagem do PSB, cujo presidente nacional é Eduardo.

Apesar de se exaltar sempre que o Executivo não interfere no Legislativo, não foi a primeira vez que o Palácio atuou nos bastidores na negociação da mesa diretora. Na eleição anterior, João Fernando Coutinho queria ser presidente da Casa, mesmo com dois candidatos da base – Guilherme Uchoa e José Queiroz (ambos do PDT). Eduardo pediu para o socialista sair da disputa em favor de Uchoa. Na ocasião, João Fernando ficou com a primeira-secretaria.
A reeleição para a mesa foi extinta por meio de uma emenda constitucional, de Pedro Eurico (PSDB). Uma emenda de Sílvio Costa Filho (hoje à frente da Secretaria de Turismo do Estado) deu o direito aos atuais membros serem reconduzidos por mais um biênio. A nova composição assume no próximo ano, quando a Casa retornar do recesso.
Socialista vê decisão como entendimento partidário
Publicado em 02.12.2008

Ao ser indagado, ele ainda negou estar descontente com o desfecho da eleição. “Nunca fiquei chateado. Eleição é assim. A gente ganha e perde. Quem não sabe perder, não sabe ganhar. Quem não sabe ganhar, não sabe perder”, filosofou.
Na prática, Aglaílson não exerceu a liderança em plenário, como defender o Palácio ou aprovar as matérias do Executivo. Mas a consolação lhe rendeu a gratificação de 50% sobre a verba de gabinete, hoje fixada em R$ 47,3 mil por mês.
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