Ceclin
maio 11, 2009 7 Comentários


Ouvintes consideram que o crack aumentou assaltos em Vitória de Santo Antão

O Programa A VOZ DA VITÓRIA apresentado por Lissandro Nascimento e transmitido pela Rádio Tabocas FM (98,5), em sua Mesa Redonda da última sexta-feira (08) teve como tema de debate “Os efeitos do crack em Vitória de Santo Antão”.
Como a droga é altamente viciante e os efeitos não só atingem ao usuário, mas sobretudo todos que estão em sua volta.
Para o debate convidamos o representante e Coordenador da Associação Maria Amélia (AMA) – José Silveira, bem como o Major Sérgio Rodrigues de Paula – Subcomandante do 21º Batalhão da Polícia Militar da Vitória de Santo Antão.

Iniciado pelo Sr. Silveira que fez um breve relato sobre a AMA que já atua em Vitória a mais de dois anos oferecendo apoio às crianças, jovens e adultos que precisam de ajuda para se livrar da dependência química do produto, nos informando que para o tratamento ter bons resultados precisa principalmente que o dependente tenha consciência do problema e queira deixar o vício.
Segundo narrativas dos próprios usuários quando estes estão consumindo uma pedra de crack já estão pensando no que fazer para comprar a próxima.
“Já atendemos a mais de 200 pessoas e hoje contamos com 40 jovens em recuperação, nosso trabalho tem como meta a convivência, espiritualidade e auto motivação”, pontuou Silveira.
Perguntado sobre a colaboração da sociedade com a Associação o Sr. Silveira foi bem explícito. “Nossa Associação tem dificuldades como qualquer outra, mas temos apoio de órgãos públicos, comerciantes, igrejas e da gestão municipal, o que nos falta mesmo são voluntários que nos visite e nos apoie. Dê uma palavra amiga aos meninos, um incentivo para que eles se fortaleçam e tenham coragem de enfrentar seus problemas. É verdade que existe ainda certo preconceito em relação ao nosso trabalho. Alguns chegam a dizer que o nosso trabalho é dar comida e guarida a maconheiros e marginais, contudo, se essas pessoas sofressem na pele e fossem vítimas (reféns das drogas) como eu fui com um caso em família, certamente, não teriam essa opinião”, desabafou.

Indagado sobre ajuda financeira e doações ele foi enfático afirmando que toda ajuda é bem vinda, que a AMA vive de doações, que inclusive podem ser feitas em dinheiro na Conta Corrente do Banco Real, Agência 1012 – conta nº. 03973-7.

O debate em seguida com o Major Sérgio foi perguntado sobre a relação drogas versus crime, esclarecendo o que pensa sobre o problema.
“Com certeza existe uma correlação com drogas, roubos e homicídios, mas o nosso Batalhão está trabalhando intensamente para diminuir ao máximo estes índices. Um exemplo é o número de homicídios em Vitória que este mês de abril foi 50% menor que o mês de abril de 2008”, frisou o representante do 21º BPM.
“Quanto aos assaltos estes não tem 100% de relação com a droga, pois a característica do usuário de drogas é de praticar pequenos furtos, que na maioria das vezes acontece na sua própria casa. A exemplo de um roubo de um eletrodoméstico e objetos de seus familiares para serem vendidos e o dinheiro ser usado na manutenção do vício”, assegurou.
“Estamos pesquisando os bairros da Vitória e mapeando suas características para podermos direcionar nosso trabalho e tornar as prisões e apreensões mais eficientes. Um exemplo é o bairro conhecido por Dr. Alvinho e Primitivo de Miranda. O problema de lá é o tráfico e consumo de drogas. Já o Centro e o bairro da Bela Vista o problema destes são os assaltos”, destacou.

O Subcomandante também elogiou a Campanha “Vitória sem drogas” ocorrida em 2008, afirmando que ações assim é que ajudam a Polícia a desenvolver seu trabalho com eficiência. Ele comentou que graças a essa Campanha aumentou o número de telefonemas para denunciar pontos de vendas de entorpecentes fazendo com que a Polícia tenha êxito nas prisões e apreensões. “Neste mês de abril conseguimos deter alguns traficantes e apreender armas, além de 233 pedras de crack e 1 quilo e 945 gramas de maconha. Isso com a ajuda da sociedade que fez as denúncias ao Batalhão pelo número 3526-8901 (a pessoa que fizer a denúncia não precisa se identificar)”, esclareceu.

A Campanha foi bem desenvolvida e a ideia da Polícia é retomá-la a partir da segunda quinzena de maio e torná-la contínua. “E não em um evento de momento”, porque ele ficou admirado com a adesão que houve da sociedade e autoridades local.
Finalizando, o Major fez um pedido ao público ouvinte que não compre celulares sem ter procedência devidamente documentada, pois segundo ele, o indíviduo quando compra um objeto sem nota e por um valor muito abaixo do mercado estará correndo o risco de efetuar a compra de um objeto roubado, estando portanto, contribuindo e praticando crime de receptação de produto roubado e contribuindo para alimentar a cadeia de crimes.
Segundo as inúmeras ligações recebidas no Programa, os ouvintes foram unânimes em concordar que após a chegada do crack na cidade, teve um considerável aumento no número de assaltos à mão armada.
Por telefone o ouvinte Adriano Campelo (Lot. Real) ressaltou a importância da união da sociedade e autoridades no combate as drogas “porque se a sociedade e a Polícia, bem como as entidades de ajuda não estiverem unidas, será uma luta em vão”, ponderou.

Apresentação: Lissandro Nascimento.

Produção: Jáder Siqueira, Orlando Leite e Cláudio Gomes.

Equipe: Felipe França, Genilda Alves.