Intolerância crônica na Rede Municipal de Ensino de Vitória

MARTINS: “A Prefeitura da Vitória de Santo Antão remunera algo em torno de 156.000 horas/aula mês atualmente. E ainda, insanamente, abre um processo seletivo para mais 170 profissionais, aproximadamente mais 34.000 horas/aulas mês. Onde estão os professores?”. Foto: Júlio de Pipia

Por Elias Martins

Está correto o sindicato quando luta pelo ajuste do poder aquisitivo da categoria, no caso 6,29% de reposição que foi a inflação observada entre 01.01.2016 e 31.12.2016.

                Detalhe: Considera-se para os servidores públicos em geral, União, Estados e Municípios, o mês de Janeiro de cada ano como data base (que mede a inflação de janeiro a dezembro, os 12 meses anteriores a DB), que deveria constar em lei específica e não consta no caso de nossa Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata. Por sinal, a única categoria que consta data base e destoa das demais em Vitória, é a dos Agentes de Saúde, que têm como data base o mês de março de cada ano (com reposição de março do ano anterior a fevereiro do ano em curso).

                Está correta em parte a preocupação do prefeito Aglailson Júnior (PSB), que recebeu o Município com um índice de Pessoal de 60,32% das mãos do gestor anterior, e que teve a sorte de ver a receita do Município crescer 10,57% no período de Janeiro à Abril 2017 em relação ao mesmo período de 2016, com uma inflação de apenas 1,1%, puxando este índice para 54% em apenas quatro meses, o que é considerado um verdadeiro golpe de sorte, somado aos cuidados que o mesmo teve em não inchar a máquina pública neste período.

                Mas observem um detalhe…  Os sindicatos – Sindvisa e SindProv – acabam de afirmar que o piso dos professores antes do reajuste é de R$ 2.724,54 mensal, o que representa R$ 588,90 (27,57%) acima do piso nacional, em 2016.

                Como já abordei em uma de minhas colunas, o setor educacional de Vitória de Santo Antão precisa de 83.772 horas/aulas mensais para cumprir as necessidades do ensino em nossa rede de 16.600 alunos, isso considerando 27.924 horas aulas brancas/atividades, que nem de longe são fiscalizadas.

Pasmem!  A Prefeitura da Vitória de Santo Antão remunera algo em torno de 156.000 horas/aula mês atualmente.  E ainda, insanamente, abre um processo seletivo para mais 170 profissionais, aproximadamente mais 34.000 horas/aulas mês.  Onde estão os professores?????

A falta de um efetivo controle da presença dos professores efetivos em sala de aula pode estar gerando prejuízos de aproximadamente R$ 3,5 milhões mês ao Município de Vitória de Santo Antão.

O novo prefeito é mais um que não tem coragem de mexer nesse vespeiro.

Enquanto isso, observem os vencimentos brutos das duas principais líderes do movimento sindical em nossa cidade (foto ao lado), e tirem suas conclusões:

Roseane Oliveira dos Santos de Souza – R$ 10.867,12

Abigail Ferreira do Carmo – R$ 9.992,18 (Some-se aí o cargo de Sec. Executiva desde janeiro de 2017 – R$ 4.500,00).  (Fonte: Tome Conta-TCE-PE)

Afora isso, a maioria dos professores em atividade, com mais de 20 anos de casa, superam a média de R$ 6.000,00 mensais brutos, e não são poucos.

Para o prefeito, vou dar mais uma consultoria gratuita:   O ajuste de 6,29% é devido sim, e retroativo à janeiro.  Um direito dos servidores efetivos em exercícios que você não pode protelar.  Utilize-se da prerrogativa do Abono provisório, reajustando todos pelo índice de 6,29% apenas sobre os vencimentos base, para incorporação num futuro não muito distante, porque sabemos que ao incorporar o abono, o impacto passa a ser muito maior, diante dos vários perfis de remuneração sobre cada função exercida no âmbito do Município.   Os 10,57% de crescimento de Janeiro à Abril de 2017, lhe dá plenas condições de acompanhar este conselho.

Aos pais dos alunos?  Comecem a levar seus filhos para residência dos professores faltosos, quem sabe dando aula em casa, não consigam melhores resultados com seus filhos.

Chega de Intolerância de ambas partes!!!

Mais uma vez, perde a Educação, que anda capenga à muito em Vitória. O IDEB que o diga!

Por Elias Martins, 

consultor de Gestão Pública e Colunista do Blog.