Falecimento de Guilherme Pajé entristece os apaixonados por Frevo
Por Lissandro Nascimento
A sociedade da Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata pernambucana, foi surpreendida com o triste aviso que não mais estava entre nós o carnavalesco, radialista e compositor Guilherme Pajé, que faleceu aos 52 anos na noite da segunda-feira, 1º de abril, acometido por um infarto fulminante em sua casa, situada no Bairro da Matriz.
Enciclopédia da cultura vitoriense, Pajé foi um dos fundadores da Associação do Carnaval Tradicional Vitoriense (ACTV). Especialista nos temas carnavalescos, sobretudo o ritmo do Frevo, desde 1985 começou a fazer programas que enaltecessem o genuíno ritmo pernambucano, a princípio na Rádio Cultural AM, em Vitória, e há 15 anos na Rádio Tabocas FM, conduzindo o Programa ‘Sua Excelência o Frevo’, sempre nas manhãs dos domingos.
Pajé nasceu no dia 24 de junho de 1966, dia de São João, mas sua paixão era pela festa de Momo. Em entrevista ao A Voz da Vitória no ano de 2010, Pajé relatou as circunstâncias históricas que fizeram do Frevo uma paixão nacional. “O frevo é um ritmo derivado da marcha, do maxixe e da capoeira. Surgiu no Recife no final do Século XIX, o frevo se caracteriza pelo ritmo extremamente acelerado. Muito executado durante o Carnaval, eram comuns conflitos entre troças de frevos”, explicou.
Um de seus mais importantes reconhecimentos públicos foi em 2015, sendo um dos homenageados no Carnaval de Vitória. Guilherme Pajé foi também abraçado pela Troça Monges em Folia em 2013, além de ter sido contemplado em 2018 na primeira edição do Prêmio Pedro Ferrer de Cultura gestado no intuito de reconhecer as ações promovidas pelos grupos, artistas e associações, em prol da preservação da História e da Cultura da Terra das Tabocas.
Guilherme Pajé, um grande conhecedor do frevo, também foi exemplo de abnegação e compromisso com os clubes, troças e blocos do carnaval vitoriense. Amigo inseparável de todas as orquestras que fazem o carnaval da cidade, podia ser visto as acompanhando junto com o calor do povo. Católico praticante, seu apego a fé cristã era condicional, inclusive sua presença se fez imprescindível para os católicos da Capela de Nossa Senhora da Conceição – comunidade Lídia Queiroz, em Vitória.
Como um dos integrantes da atual direção do Clube Abanadores O Leão, o corpo de Pajé está sendo velado no salão da agremiação situada na Praça Dom Luiz de Brito, na Matriz. Um cortejo seguirá para o seu sepultamento marcado para hoje (02/4), às 16 horas, até o Cemitério São Sebastião.
Vai deixar eternas saudades à todos, sobretudo aos apaixonados pelo Frevo. Descanse em Paz!