Enem mudou prática pedagógica
do Jornal do Commercio
Enviada especial
SÃO PAULO Desde que deixou de ser apenas uma avaliação e se tornou uma das portas de acesso à educação pública superior, em 2009, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado pelo Ministério da Educação (MEC), provocou mudanças na prática pedagógica de escolas e docentes. O ensino interdisciplinar dos conteúdos, mais flexível, passou a ser obrigatório para quem quer se adequar ao exame. Agora, uma das percepções é a importância de as faculdades de formação de professores também reverem suas metodologias de ensino e adotarem um currículo mais articulado com as necessidades dos jovens que estão cursando o ensino médio.
Esse e outros temas foram abordados anteontem durante um debate realizado no Instituto Cervantes pela Editora Moderna e o Canal Futura, cujo foco foi o impacto do Enem no sistema educacional brasileiro. Participaram a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Malvina Tuttman, e os professores César Callegari, do Conselho Nacional de Educação, e Carlos Artexes, do Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro (Cefet-RJ). O evento serviu também para lançamento de uma série de programas sobre o Enem que o Canal Futura vai exibir a partir do final do mês até a realização das provas, marcadas para 22 e 23 de outubro.
O exame deve possibilitar a articulação entre o ensino médio e as universidades, destacou Carlos Artexes. Avaliações como o Enem fornecem diagnósticos que são ferramentas importantes e que deveriam nortear políticas públicas. A deficiência na formação inicial dos professores é um dos desafios que tem que ser resolvido com urgência no Brasil e passa pela universidade, complementou César. O Enem possibilita uma nova forma de construir conhecimeto, disse Malvina.
Diretor pedagógico do Colégio Motivo, localizado em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, Eduardo Belo concordou com a opinião dos debatedores. O aluno tem que ler mais, interpretar mais. Isso provocou mudança no professor, que também teve que repensar suas práticas. O mesmo deveria acontecer na universidade, observou Eduardo, que assistiu ao debate em São Paulo.
A repórter viajou a convite da Editora Moderna