Ceclin
abr 22, 2010 0 Comentário


Desejo de parar de fumar reforça debate

No Programa A VOZ DA VITÓRIA pela Rádio Tabocas FM (98,5) da sexta-feira (16), a Mesa Redonda contou como alvo “Os problemas causados pelo tabagismo”. Para tratar do tema convidamos a Dra. Albertina Brito que é Enfermeira, Psicóloga, Sanitarista Técnica da Secretaria Estadual de Saúde, responsável pelos registros de câncer de Pernambuco e ainda atua nas ações do governo (palestras nas escolas públicas, indústrias etc.). Esteve presente o professor Leandro Finkler, do Centro Acadêmico da Universidade Federal de Pernambuco em Vitória de Santo Antão.

Antes do debate a Dra. Albertina realizou uma palestra sobre Tabagismo e os seus malefícios, para os alunos do Colégio Radar, que faz parte do grupo FACOL. A palestra foi de grande interesse para professores e secundaristas que estão em fase de formação de sua personalidade.

De volta aos estúdios com Lissandro Nascimento, Dra. Albertina Brito e o professor Leandro Finkler, juntamente com o Repórter Emerson Lima que estava nas ruas do Centro do Município conversando com a população que fazia indagações sobre o tabagismo e os meios para conseguir parar de fumar.

Também houve a participação dos ouvintes pelo telefone 81.3523-3304 e pelo E mail www.avozdavitoriape@hotmail.com.

O debate começou com o professor Leandro e a Dra. Albertina fazendo um breve comentário sobre a palestra com os alunos do Sistema Educacional Radar.
“Assisti o debate. O que me chamou a atenção foi a surpresa que causou quando foram apresentadas as figuras que estão nas embalagens dos cigarros, foi um momento de silêncio caracterizando até certo pânico com as situações mostradas nas fotos”, pontuou o professor.
“Poucos se mostraram a favor do cigarro, notamos o nível de consciências dos alunos em relação aos malefícios do cigarro”.

Segundo a professora, no início os estudantes ficaram meio receosos em falar sobre o tema, foi durante o debate que foi feito uma pesquisa para saber quem é a favor ou contra o cigarro, a maioria se declarou contrário ao hábito de fumar.
“Na verdade por serem adolescentes e terem receios de repreensão por parte dos pais e professores, muitos garotos e garotas não assumem o uso do cigarro, fumam quando estão nas ruas, praças, sempre longe do olhar dos responsáveis”.
Continuou: “Existe uma tendência comportamental na adolescência… ele fuma para chamar atenção ou imitam os pais fumantes. O número de adolescentes que fumam infelizmente está aumentando”, enfatizou Albertina.

Dando seqüência ao debate Albertina fez observações sobre a dependência aos efeitos, o custo e ao combate, bem como as formas de se livrar do hábito de fumar.

Segundo ela, o tabagismo é uma dependência química e psicológica causada pela nicotina, onde ela traz grandes sensações, como prazer e sensação de tranqüilidade, onde o fumante precisa de doses cada vez maiores para manter a serenidade.

A Dra. Albertina informou que o cigarro tem 4.720 substâncias tóxicas, entre elas a nicotina e o monóxido de carbono, que é o mesmo gás expelido pelo escapamento dos carros, tornando o cigarro o acelerador de várias doenças e vários tipos de cânceres que se agravam ao longo dos anos, os mais graves são os de pulmão, próstata e útero.
“O fumo causa problemas a partir da boca provocando queimaduras nos lábios, gengivas, câncer na língua, laringe e outros órgãos. É uma doença que atinge ao longo dos anos muitas pessoas”, alertou a psicóloga.

Outro grande problema causado pelo cigarro debatido por Albertina Brito foi o fumante passivo que apesar de não fumar corre os mesmos riscos do fumante “normal”, alertando que ao fumar perto de crianças e idosos não fumantes, a fumaça que sai do cigarro prejudica a todos que estão inalando ao redor do mesmo.

A entrevistada informou que o tabagismo além de ser danoso à saúde, causa dois tipos de custos, o financeiro do fumante que a cada dia aumenta o número de cigarros consumidos e futuramente vai gastar com remédios, tratamentos; e o custo social causados por internamentos, perda de emprego, deixando a família desamparada, além do sofrimento causado aos familiares com os efeitos colaterais devidos ao tratamento com quimioterapia, radioterapia, em muitos casos.

“A cada ano mais pessoas se internam para cuidar de problemas respiratórios de câncer e além de ser dispendioso aos cofres públicos, o sofrimento da familia é grande. A cada oito mortes uma é causada por cigarro, são dados recentes baseados em estimativas anuais que o INC realiza em relação ao Brasil; As pessoas as quais a doença leva mais a óbito está entre os 45 e 60 anos”, demonstrou a representante da Secretaria Estadual de Saúde.

Para as mulheres que fumam durante a gravidez foi relatado que os principais problemas para o feto são nascimento prematuro, nascer com deficiências respiratórias, alérgicas, físicas e o risco para a própria gestante. “Mulher que fuma durante a gravidez tem mais riscos de ter um aborto do que a mulher não fumante”, alertou.

Durante o Mesa Redonda recebemos várias ligações de ouvintes além das perguntas feitas ao vivo através do Repórter Emerson Lima, que estava percorrendo as principais ruas do Centro.

A maioria das pessoas que ligaram se declararam fumantes e queriam informações sobre tratamentos e métodos eficazes para deixar o tabagismo.
Nossa convidada divulgou que as substâncias químicas contidas no cigarro causam uma dependência muito grande, tornando difícil abandonar o hábito de fumar. Quando se está muito dependente concluiu que é difícil largar por conta própria.

Nos informou que existem dois métodos para parar de fumar. Um é a parada abrupta e a outra é a redução do consumo do cigarro até o organismo se adaptar.

“Existem vários programas de redução de consumo do cigarro, por enquanto esses programas são realizados apenas nos postos de saúde da capital”, informou.
“O que a gente propõe são as mudanças de hábitos, substituindo o café por suco, promover atividades para que o paciente modifique seu hábito e saia da dependência, tudo isso funciona em longo prazo”, ensinou.

Em caso extremo existe uma droga que o Governo oferece para as pessoas que não conseguem parar de fumar com a ajuda do programa comportamental.

Lissandro indagou a convidada a respeito desses medicamentos vendidos nas farmácias e drogarias prometendo auxiliar no combate ao tabagismo.

Existem várias opções no mercado, adesivos, gomas de mascar, mas isso tem efeitos colaterais, a goma de mascar tem ser mascada muito rapidamente para liberar a nicotina existente nela diminuindo assim a vontade da pessoa fumar, isso pode causar sangramento na gengiva, perda de dentes e vômitos, o adesivo que se coloca na pele pode provocar problemas como queimaduras e irritação da pele.
A medicação pode causar vômitos e cefaleia, por isso só é usado quando o paciente é altamente dependente da nicotina.

Finalizando, lembrou-se de um comercial de TV onde um cowboy montado em um cavalo branco fazia propaganda de uma determinada marca de cigarros.
“A marca de cigarro existe até hoje, mas o ator morreu com um câncer no pulmão, deixando como lembrança imagens que foram feitas durante o seu tratamento que são usadas com a autorização da família em campanhas antitabagistas”, salientou a psicóloga.

Apresentação: Lissandro Nascimento.
Produção: Jáder Siqueira, Orlando Leite e Cláudio Gomes.
Equipe: Emerson Lima, Berg Araújo, Genilda Alves.