Em debate morno e sem Aglailson, candidatos à Prefeitura da Vitória apresentam propostas
Por Lissandro Nascimento
O debate entre os candidatos à Prefeitura da Vitória de Santo Antão, na Mata Sul pernambucana, realizado na noite da quinta-feira (05/11) pelas Redes Sociais da Bis TV (canal vitoriense na Web) teve o clima morno. Sem a presença do candidato à reeleição, Aglailson Júnior (PSB), os outros seis candidatos convidados apresentaram suas propostas caso cheguem ao cargo máximo do Município. Até as críticas à atual gestão foram mais amenas com relação ao que foi percebido em sabatinas anteriores promovidas por outros veículos de mídia.
Participaram do encontro o Antônio de Lemos (DEM), Toninho (Cidadania), Hérika Araújo (PDT), Moacir da Mandioca (PTC), Paulo Roberto (MDB) e Tomé Ferraz (PT). Mediado pelo Jornalista Ronan Tardin, o debate teve cinco blocos e 3h de duração. Os candidatos fizeram perguntas entre si com temas livres e sorteados, e responderam aos questionamentos de comunicadores. No final do debate, tiveram um tempo para fazer as considerações finais.
O encontro foi na sede do Beth Recepções, com transmissão pela internet e pelas ondas das Rádios Vitória FM e Tabocas FM, bem como pelo Canal 18 – N2. O evento seguiu as recomendações das autoridades de Saúde para prevenir o novo Coronavírus. O debate na internet foi importante para o processo histórico eleitoral da cidade, tendo em vista que o primeiro entre os prefeituráveis da Vitória ocorrera no pleito de 2016.
Confira os temas abordados:
SEGURANÇA PÚBLICA
Toninho Nascimento e Tomé Ferraz propõem requalificar a Guarda Municipal para atender como suporte preventivo em defesa do cidadão sob um trabalho conjunto com a Polícia Militar (PMPE). Já Hérika Araújo defende que a Guarda também esteja inserida nas ações voltadas à proteção da Mulher. Para Moacir, o Município também precisa criar uma Guarda voltada a defesa da área rural.
MEIO-AMBIENTE e MOBILIDADE URBANA
O candidato Tomé propôs retirar o fluxo de esgotamento sanitário que desemboca no Rio Itapacurá, bem como dotar a AGTRAN de um departamento de Engenharia de Tráfego, criando inclusive, uma linha de ônibus circular. Para Hérika, além de um vasto programa de arborização na cidade, o governo das Vitoriosas pretende buscar recursos para revitalizar o Rio Itapacurá e ainda investir em saneamento básico. “Seremos parceiros da Compesa na busca de recursos públicos e privados para resolver o problema do esgotamento sanitário de Vitória”, apontou a candidata à prefeita. Moacir disse que irá concluir a Ponte de Militina e a Quadra Poliesportiva do Maués, além de construir uma nova Rodoviária na área do que seria a Feira da Sulanca, às margens da BR-232. Paulo Roberto destacou a construção da “Via Beira-Rio” e a requalificação da Av. Henrique de Holanda. Por sua vez, Toninho defendeu a limpeza de todas as Barragens na zona rural.
FEIRA LIVRE
Adotando cautela, Paulo Roberto utilizou os verbos ‘Requalificar e Revitalizar’ a Feira Livre no Centro Comercial de Vitória, sendo muito genérico nessa proposta durante o debate, lembrando ele que a cidade precisa voltar a receber o público externo para impulsionar a economia local. Enquanto Tomé preferiu usar o verbo ‘Reordenar’ a Feira Livre, propondo em dialogo com os feirantes e ambulantes a transferência para um terreno amplo de parte do comércio informal, além de recuperar todos os mercados públicos.
EDUCAÇÃO
O candidato Moacir defende maior investimento na educação infantil e se comprometeu em valorizar os professores da rede municipal de ensino, além de retirar as crianças mendigas das ruas. Sobre os gargalos do sistema de ensino vitoriense, Hérika acredita que a implantação de “Consórcio com outros municípios da Região” trará intervenções mais eficientes para o setor educacional. Ela ainda propôs seguir o modelo da cidade de Petrolina em adaptar espaços comunitários para atender a demanda imediata por creches. Antônio de Lemos criticou o abandono, segundo ele, da atual gestão diante das escolas da Zona Rural, além de denunciar a falta de assistência junto aos alunos que foram forçados a estudar na Zona Urbana, entregues, segundo Lemos, aos malefícios do tráfico e da prostituição, prometendo que irá refazer a rede de ensino no meio rural. Para o Professor Tomé a solução para o setor é implantar o Plano Municipal pela Primeira Infância (PMPI) que engloba Creches e unidades de ensino ao modo integral, além da construção do Centro Educacional Unificado (CEU).
SAÚDE
O combate a disseminação da Covid-19 praticada pelo atual prefeito foi motivo de fortes críticas por parte de Lemos, Paulo e Toninho. “Inúmeras vezes, enquanto Associação Comercial, não encontramos o gestor na Prefeitura para tratar das ações voltadas a pandemia em Vitória. Os recursos foram mal utilizados, a UPA não cumpre sua função e o prefeito não governa. Quem governa no lugar dele é o conhecido ‘Paulo Malvadeza’, seu assessor especial”, ironizou Antônio.
Sem apontar de onde sairiam os recursos, Moacir prometeu dialogar para reativar os dois hospitais privados da rede de Saúde de Vitória, enquanto Toninho defende construir hospital municipal, além de sinalizar, caso governe, auditoria nas contas da Secretaria Municipal de Saúde.
Paulo Roberto afirmou que o futuro governo terá a “Saúde na palma da mão”, adotando mecanismos digitais para aproximar o usuário do SUS. O candidato criticou a má distribuição de medicamentos e lamentou que o vitoriense tivesse que agora se deslocar para o prédio distante do Centro que deveria ser uma UPA, a fim de ter acesso a medicamentos e exames.
Adotando o estilo “metralhadora” para todos os lados, Toninho Nascimento considera as propostas de Paulo “mirabolantes e caras aos cofres do Município”. Chamou Aglailson Júnior de “prefeito fraco que se ausenta dos debates e dos problemas da cidade”, além de acusar o gestor de fazer política abusando do poder econômico, abrindo então, as esperadas farpas.
Recebendo críticas diretas de alguns candidatos nesse debate, o candidato do MDB lembrou que nunca foi chefe do Poder Executivo, lamentando que os candidatos prefiram discutir o passado em detrimento de construir o futuro. Atacado diretamente por Toninho, Paulo Roberto viu seu direito de resposta negado pela banca jurídica do debate da Bis TV. Paulo rebateu dizendo que Vitória precisa de obras e ações estruturantes e não de um líder que não respeita o eleitor, disse, em recado ao chefe da Prefeitura.