Ceclin
set 23, 2022 0 Comentário


Crianças e adolescentes com autismo em Pombos precisam de transporte adequado, cobra MPPE

Pombos: Promotoria recomenda transporte adequado de crianças e adolescentes com autismo para tratamento fora do domicílio

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio da Promotoria de Justiça de Defesa de Pombos, recomendou ao prefeito e à secretária de Saúde do Município de Pombos, para que adotem as medidas que garantam e assegure o transporte adequado aos pacientes portadores de transtorno do espectro autista (TEA), assim como aos seus respectivos acompanhantes, que fazem tratamento fora do domicílio.

Os gestores devem se abster de realizar o transporte dos pacientes com TEA e seus acompanhantes em veículo inadequado (ambulância), bem como devem viabilizar, com urgência, o transporte adequado (tipo lotação) dos referidos pacientes ao Município da Vitória de Santo Antão/PE, local onde fazem tratamento continuado.

Foi conferido o prazo de 10 dias para que informem à Promotoria de Justiça de Pombos sobre o acatamento ou não da recomendação.

O MPPE ressalta a Lei 12.764/2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, que estabelece que a pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais (art. 1º, § 2º) e prevê, no seu art. 4º, que a pessoa com transtorno do espectro autista não será submetida a tratamento desumano ou degradante, tampouco será privada de sua liberdade ou do convívio familiar, nem sofrerá discriminação por motivo da deficiência (art. 4º).

Denúncias – De acordo com as denúncias, assim como vídeos encaminhados à Promotoria de Justiça de Pombos, crianças e adolescentes com TEA do Município de Pombos vêm sendo transportadas indevidamente em ambulância, para tratamento fora do domicílio em Vitória de Santo Antão, em recinto fechado, sem janelas, com superlotação, sendo alguns transportados sentados, ao passo que outros vão em pé, e privados do uso adequado de cinto de segurança.

Os relatos informam que a situação tem promovido um abalo significativo no comportamento dos pacientes e prejudicado efetivamente a terapia dos infantes, os quais chegam ao distrito de tratamento com comportamento alterado, apresentando-se afobados, confusos e irritados, devido aos transtornos sofridos durante o trajeto.

A recomendação da promotora de Justiça Soraya Cristina dos Santos Dutra de Macêdo foi publicada no Diário Oficial Eletrônico do MPPE desta sexta-feira (23.09).