Convenção do PSD oficializou “tarefeiros” para garantir a rotatividade de dois grupos na Prefeitura de Vitória
Por Lissandro Nascimento
O engodo e as contradições de uma gestão indiferente aos interesses da maioria de seu povo marcaram a convenção do PSD que oficializou, no domingo (24), a candidatura de Paulo Roberto (P.R. ou P.érre !) à Prefeitura da Vitória de Santo Antão. Acompanhado do seu candidato a vice, Ozias Valentim, do prefeito Elias Lira, do deputado estadual Joaquim Lira, todos do PSD. O espetáculo com um público apático e cético, parte lotada na administração pública, se juntou na quadra do Colégio 03 de Agosto, a uma decisão que dependia unicamente de um homem: o atual prefeito, que sempre manteve um perfil avesso a discussão coletiva. Nesta decisão monocrática, capitaneada pelo dono do PSD, outros 11 partidos, que não participaram desta definição, completam a chapa, a saber: PMDB, DEM, PSDB, PPS, PRB, PSDC, PCdoB, PEN, PMB, PDT e PTN.
Os Lira’s até hoje contribuem com uma política paternalista e arcaica, acredito que Vitória de Santo Antão tem a chance real de alcançar uma mudança em Outubro. Pelo menos 05 grupos políticos pretendem estar na disputa nas Eleições 2016, demonstrando que na Terra das Tabocas, há possibilidade de superarmos um pêndulo que já dura décadas entre grupos políticos que já não mais atendem às necessidades de nossa cidade.
Na disputa, o que eleitor poderia esperar como novidade? Para este Blog, apenas dois grupos com pré-candidatos postos poderiam empunhar esta bandeira: o Professor Edmo e Zé da Juliana versus Zé Catinga e Irmão Madi.
Faz-se urgente valorizar uma maneira inovadora de fazer política e buscar a construção de um grupo pluralista, com representantes de vários segmentos da sociedade, trabalhadores, servidores públicos, profissionais autônomos, médicos, advogados, agentes de saúde, empresários. Superar este polo político dos Lira’s e Queiralvares é o desafio para o eleitorado mais avançado deste Município.
Aos poucos, parece que o eleitorado vitoriense vai afunilando naturalmente a discussão entre dois eixos: voltar ao passado com a pré-candidatura de Aglailson Júnior e ou apostar na mudança e avaliar as propostas dos novos.
E com relação ao grupo do Prefeito Elias Lira?
Em primeiro lugar, consideremos a dificuldade que Elias Lira, Aglailson (Pai) e Henrique Queiroz têm em transferir votos, ou em construir uma liderança robusta dentro de seus grupos. O que não poderia ser diferente! Estes três “coronéis” construíram uma carreira política centralizada, baseada em favores e benesses pessoais. É um sistema político unipessoal, autocrático, em que não há espaço para formação de grupo e congregação de forças. Podemos citar dois exemplos mais recentes: a eleição de Carlos Brenckenfeld e Paulo Roberto (1996); e a eleição de Dedé e Bione (2008).

Paulo recebe uma nova missão de Elias: fazer o jogo eleitoral para que as famílias Lira e Queiralvares permaneçam mandando na Prefeitura de Vitória. A decisão já estava combinada. A ordem é para não dividir o bolo que há 30 anos tão somente os dois polos políticos podem ter acesso.
No primeiro caso, apesar de ter obtido sucesso eleitoral e alcançado uma votação expressiva, os sucessores de Elias Lira, “Breck” e Paulo Roberto, fizeram um governo impopular, sem adesão política. E agora?! Elias Lira quer repetir a receita que só deu certo pra ele e a família Queiroz.
Mais adiante, José Aglailson sofreu o mesmo mal com a candidatura de “Dedé e Bione”. Com disputas internas, familiares e partidárias, sequer foi possível manter o grupo político à frente do Palácio José Joaquim da Silva Filho.
A dificuldade é clara! E a razão também: Elias, Aglailson e Henrique não possuem grupo político, não agregam lideranças expressivas, para não dividir o poder, na escola coronelista em que foram forjados.
Desde então Elias Lira não apresentou um sucessor que tenha seu apoio, sabem por quê? Ele não tem candidato, não preparou nenhum, no seu grupo não há discussão, nem escolha! Ozias Valentim e Paulo Roberto esgueiram-se para estar em primeiro lugar nas filas da Prefeitura, mas não conseguem a liderança nas ruas, tampouco nas avaliações dos grupos políticos. São dois tarefeiros!
Paulo já deu provas, ao longo das últimas décadas, que não consegue consolidar grupo e se beira, em todo este tempo, a pedir benção a Elias. Paulo não consegue agregar por que não tem perfil agregador. Teve que esperar servilmente, ao longo destes 20 anos, a indicação do coronel Elias, mas não se engane, pois Paulo, como tarefeiro de Elias que é, vai cumprir servilmente mais uma missão, entregar a Prefeitura aos Queiralvares e mais à frente deixar a porta aberta para Joaquim Lira, assegurando a rotatividade política e de poder, entre as duas famílias. Elias Lira e José Aglailson mais uma vez se combinaram, e Paulo apenas cumpre servilmente mais uma tarefa, obedecer aos seus dois patrões.
Por isso, afirmamos, sentimos o cheiro de uma chance real de mudança, e, repetimos, a avaliação dos eleitores vitorienses estará pautada em dois núcleos, voltar ao passado com Aglailson Júnior ou apostar em novos projetos com as opções postas que são: Professor Edmo e Zé da Juliana e ou Zé Catinga e Irmão Madi.