Ceclin
out 01, 2012 2 Comentários


Construindo pontes

por Valdemiro Cruz

Alguns pedidos de leitores fizeram com que essa postagem chegasse até aqui, muito embora, quando o cidadão expõe um ponto de vista, de modo independente e de forma verdadeira, nem sempre é entendido, principalmente por pessoas que têm entre suas atribuições prover o bem comum, administrar pessoal e recursos de forma voltada ao atendimento de necessidades coletivas, função para qual foram votados, escolhidos.

Ao longo de muitos anos, o povo foi manipulado, seja através de promessas, de futuras vantagens e até por ameaças de monitoramento de votos, coisa dos antigos “coronéis”.

Graças a esses recursos, muitos conseguiram dominar seus redutos (currais eleitorais) por vários anos, consagrando famílias como verdadeiros representantes da vontade do povo, dos eleitores sob seu absoluto domínio. São exemples bastantes conhecidos por exposição da mídia: ACM na Bahia e SARNEY no Maranhão. O domínio exercido sobre os eleitores dessas localidades era tamanho, alimentam o folclore da política, tanto que certa vez ACM entrevistado a respeito do resultado das urnas, afirmou: “O povo da Bahia pode escolher qualquer candidato, DESDE QUE, vote em mim.” e encerrou a entrevista com um sorriso irônico.

No Maranhão, o domínio da saga SARNEY é evidenciado pela denominação absoluta em tudo que você possa enxergar: praças, escolas, ruas, travessas, avenidas, hospitais e até cemitério tem nome em homenagem a famigerada família.

O povo tem se libertado vagarosamente dessa coação e já chegou a derrotar em pleitos anteriores figuras que se julgavam imbatíveis nas urnas. Coisas da modernidade, anseios de libertação, desejos de escolher, direito a voto livre garantido pela Justiça Eleitoral, pela Democracia, pela CONSTITUIÇÃO.

Por aqui, algumas práticas já manjadas, ainda seduzem eleitores, promessas de obras que não são construídas, publicidade e divulgação de obras que nunca aconteceram, liberação de áreas públicas para construções (invasões) particulares, além da utilização sistemática de veículos de comunicação para promoção pessoal ou acusação irresponsável de fatos que atribui aos adversários.

Verdade é que essa política suja e vergonhosa não cabe mais no convívio de nosso povo, nossa gente. A escolaridade, a industrialização e a empregabilidade de nossa sociedade, de nossa região, asseguram menores “vínculos” de dependência implantados por políticos matreiros que não tem outra atividade além da politicagem. São viciados em poder e prestígio político, arrastam familiares querendo perpetuar-se politicamente como mitos, usando o dinheiro e a força para conseguir seus objetivos. Não constroem amizades, não conquistam pela simplicidade, não cultivam o verdadeiro valor que o povo merece. O povo é percebido, apenas, como (meu) eleitor. O que se espera de um político é aquele elemento que constrói, que traz expectativas de dias melhores, que gerencia com lisura e competência os recursos públicos, que suas obras não fiquem irresponsavelmente incompletas, inacabadas, obsoletas, irrecuperáveis, obras de fachada e sem serventia, desperdício de recursos, interesses apenas publicitário para tirar oportuno proveito eleitoreiro. Construir é positivo e necessário, pontes são elos imprescindíveis ao futuro.

Tomando como exemplos pontes físicas, materiais, onde o concreto e o cimento eternizam a mobilidade de uma comunidade que se sente excluída e prejudicada no seu acesso aos outros bairros, justifica-se a alegria, a satisfação a empolgação de estampar no rosto um sorriso e no coração um agradecimento, um grito de vitória. Assim é que outras pontes necessitam ser erguidas, pontes que façam fruir incessantemente a dignidade e a honestidade, a paz e a esperança, o trabalho e as conquistas.

A esperança do povo é que novas pontes surjam a cada dia, seguras, com dimensão e altura suficientes para que transite livremente, por cima o povo tranquilo, feliz e conscientemente livre, por baixo, toda sujeira e entulho que não faz bem a ninguém, toda lama, toda poluição, todo mau cheiro que possa exalar.

A escravidão negra foi abolida, a liberdade de escolha de nossos representantes está legalmente garantida e não poderá ser ameaçada por ninguém nem por nada, exerça esse direito.

As autoridades que antigamente ignoravam certas irregularidades, hoje estão mais próximas do povo, mais atuantes, transmitem segurança, pugnam pela ordem e o respeito a todos, forçam o enquadramento dos mais ousados, neutralizam a ação dos mais violentos e não contemporizam com os reincidentes. O povo agradece… e festeja.

 

por Valdemiro Cruz,

Colunista do Blog.