Conferência Nacional de Educação: uma vitória para o movimento educacional
Aconteceu entre os dias 28 de março e primeiro de abril, a Conferência Nacional de Educação (CONAE), que já vinha de um longo período de etapas preparatórias desde o ano de 2008, com as conferências livres, municipais, intermunicipais e as estaduais.Nesta CONAE o movimento educacional saiu vitorioso, no sentido de que o Plano Nacional de Educação e um sistema articulado nacional para o setor foram aprovados, com propostas de grande interesse da sociedade e defesa destes movimentos.
A exemplo da aprovação de 50% da reserva de vagas nas universidades públicas para os estudantes oriundos das escolas públicas, 7% do PIB para educação até 2011 e de 10% até 2014; 50% do Fundo Social do pré Sal para Educação, bandeira essa lançada pela UNE, UBES e ANPG, bem como entidades representativas dos estudantes brasileiros que vem com tudo no sentido de lutar pela garantia destes investimentos.
Hoje com o apoio de várias entidades do movimento educacional brasileiro, estes vêem isso como pagamento de parte da dívida que o País tem com a nossa educação.
Essa que foi sucateada em outros tempos e que hoje vive um momento oportuno de investimentos em grande escala, que ajudarão a resolver parte do problema educacional e cultural no Brasil.
Com a perspectiva de investimentos em grande escala os recursos do Pré Sal na Educação, constituirão em um marco iniciado nesta Conferência. Lembrando que tramita no Congresso Nacional emenda parlamentar que garante além da partilha igualitária dos royalties para todos os Estados da nação, garante também os investimentos destes 50% do Fundo Social para Educação, propostas apresentadas pela UNE, UBES, ANPG e entidades do movimento educacional.
O Plano de Desenvolvimento da Educação e o Sistema Articulado Nacional de Educação triunfam nesta Conferência como um dos importantes instrumentos para a soberania da nação brasileira.
A Plenária Final da Conferência após quatro dias de intensos, confusos e importantes debates, contou com a presença do Presidente Lula o qual resolveu aparecer e agradecer. Ele aproveitou para parabenizar e abraçar a todos os presentes com um discurso bem alinhado aos avanços do atual governo.
Sem deixar de lado o seu jeito engraçado, disse que não quer ser mais multado, por isso irá ler o seu discurso e não improvisar.
Lula citou os avanços conquistados em seu governo e deixou claro seu compromisso de fazer mais. Afirmou que o seu sucessor “terá que construir muito mais que o seu governo e colocá-lo no chinelo” (sic – palavras do presidente), disse também que se compromete em conversar com todos os governadores do País para garantir a aplicação do piso salarial dos professores e juntamente com o Ministro da Educação – Fernando Haddad, se comprometeram em criar uma mesa de negociação para a discussão do Piso Salarial no País no sentido que nos próximos anos esse piso possa dobrar e não ser de todas as profissões a que sofre com baixa remuneração, ressaltando que esta categoria é uma das mais importantes profissões.
Os estudantes brasileiros mais uma vez foram protagonistas desta festa debatendo e defendendo propostas que sinalizassem ao nosso País o caminho democrático e popular. Com palavras de ordem como: “SOU BRASILEIRO NÃO ABRO MÃO, QUERO PRÉ- SAL PRA EDUCAÇÃO…”. Ou como outras palavras de ordem que garantiam a unidade dos delegados, delegadas e observadores na Conferência: “O MOVIMENTO UNIFICOU É FUNCIONARIO, ESTUDANTE E PROFESSOR” ou “O PROFESSOR É MEU AMIGO MECHEU COM ELE MECHEU COMIGO”.
Referindo-se aos acontecimentos na jornada de Lutas de São Paulo lamentou que o Governo de José Serra (PSDB), tenha atacado com violência os professores e estudantes em uma manifestação organizada pela APEOSP, UBES e UNE, quando o presidente da UNE foi agredido por um dos policiais que lançavam bombas de efeito moral, spray de pimenta. Com esta atitude comprovou-se a truculência e ataque à democracia promovida pelo Estado de São Paulo.
Em outros Estados, os estudantes apoiaram as greves de diversos professores que cobram a aplicação da Lei do Piso e melhores condições de trabalho na sala de aula.
Por Gilberto Júnior,
Vice Presidente Regional da UEP Cândido Pinto,
Delegado na CONAE 2010
