Ceclin
jan 23, 2009 0 Comentário


Colisão em Vitória deixa 18 feridos

COLETIVO bateu atrás de um caminhão próximo ao quilômetro 44,7 da BR-232

YURI QUEIROZ

Um acidente que não passou de um susto, graças ao uso do cinto de segurança. Assim pode-se resumir a colisão ocorrida entre um micro-ônibus da Prefeitura de Tupanatinga, no Agreste de Pernambuco, e um caminhão, de placa HZZ-5239, próximo ao quilômetro 44,7 da BR-232, no município de Vitória de Santo Antão.
O coletivo trazia cerca de 30 pessoas, que viriam realizar exames médicos no Recife. Dezoito pessoas ficaram feridas. O motorista do micro-ônibus, Josias Porfírio Matos, de 33 anos, residente no Sítio Grito, em Tupanatinga, sofreu uma fratura exposta na perna direita e foi encaminhado para o Hospital da Restauração (HR). Com ele, veio o operador da Compesa, Jurandir Batista da Silva, 42, que vinha sentando na frente do veículo e sofreu ferimentos leves no pescoço.
O operador da Compesa informou a versão contada pelo motorista do micro-ônibus para o acidente. Ele teria alegado que foi ofuscado pelo farol alto de um veículo que vinha no sentido oposto, na outra faixa da BR-232, colidindo, assim, na traseira do caminhão, que estava carregado de batatas e ia com destino à Central de Abastecimento de Pernambuco (Ceasa). “Se não estivéssemos com cinto de segurança, eu e Josias teríamos morrido nesse acidente”, disse Jurandir, que é amigo do motorista.
“Os primeiros a chegar foram os policiais militares, depois chegou a Polícia Rodoviária Federal e o pessoal do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Tudo, no máximo, deve ter durado uns 20 minutos”, falou o operador, ressaltando que, para retirar o motorista, preso às ferragens, o Corpo de Bombeiros (CB) precisou da atuação de “cinco ou seis homens”, levando uma hora no processo.
Segundo o estudante André Luiz Rezende de Lima, 23, amigo de Josias, o motorista trabalha “há muito tempo para a Prefeitura de Tupanatinga” e, somente na função de trazer os pacientes para exames na Capital, está há dois anos. “Ele não corre e é super cuidadoso”, afirmou. Ainda conforme o estudante, o micro-ônibus da prefeitura vem duas vezes por semana ao Recife. “Sempre aos domingos e às quartas, voltando no dia seguinte”, afirmou, explicando que, sempre que viaja, o motorista fica e dorme em sua casa. O estudante acompanhou o motorista no Hospital da Restauração (HR).
O plantão da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Moreno foi acionado e esteve no local do acidente. De acordo com o inspetor Antônio Oliveira, não havia marcas de frenagem no local, apesar de ser estimada, para o micro-ônibus, uma velocidade aproximada de 90km/h, média normal na via.
A Delegacia de Vitória de Santo Antão ficará responsável pelo caso.
De acordo com informações da assessoria de Imprensa do HR, Josias deu entrada na Unidade de Trauma consciente e seu estado de saúde era considerado estável. Devido à fratura exposta sofrida na perna direita, o motorista foi submetido a uma cirurgia. até o início da tarde de ontem, estava em observação, na sala de recuperação.
Maioria das vítimas foi atendida no Interior
JÚLIA VERAS
Dezesseis feridos no acidente foram levados ao Hospital João Murilo Oliveira, em Vitória de Santo Antão. De acordo com Severina Santos, do serviço social do João Murilo, com exceção de Paulo Sebastião da Silva, de 59 anos, todos os pacientes receberam curativos e foram logo liberados. Paulo, que passava bem e estava consciente, esperava a alta ainda para ontem.
No fim da manhã, muitos dos passageiros do micro-ônibus ainda se encontravam no pátio da unidade de saúde e, assustados, relataram como foi o acidente que, por sorte, não teve vítimas fatais.
Maria de Fátima Santana Cavalcanti, 43, contou que estava no coletivo porque se dirigia para o Recife para marcar a quimioterapia do pai. “O ônibus fazia esse percurso cerca de duas vezes por semana, há muito tempo e com o mesmo motorista. Saímos de Tupanatinga às 23h50 e a viagem seguia tranquila”.
Ainda de acordo com ela, muitos passageiros não sabem explicar como ocorreu a colisão, já que estavam dormindo no momento do acidente.
Daniel Moura da Silva, de 15 anos, que afirmou estar acordado durante a batida, disse que o motorista foi surpreendido por uma luz muito forte que vinha do seu lado direito. “Ele foi ofuscado pela luminosidade e bateu no caminhão que vinha à frente”. O garoto não acredita na possibilidade de o motorista ter dormido ao volante. “Ele estava conversando com outras pessoas”.
Nos momentos subsequentes à colisão, as pessoas tentaram sair do coletivo, mas as portas travaram, então, acionaram os dispositivos de segurança que abrem as janelas. “Houve pânico. As pessoas estavam sangrando, com medo e ainda estava escuro”, relembrou Maria de Fátima.
Segundo Paulo Henrique Tenório, de 17 anos, o motorista ficou preso nas ferragens, mas estava consciente. “Ele me entregou as chaves e eu fui desligar os cabos da bateria, para evitar que o ônibus pegasse fogo”, relatou.
Os bombeiros foram acionados e conseguiram libertar o motorista das ferragens, trabalho que terminou por volta da 6h, segundo os usuários do coletivo.
(Folha de Pernambuco).