CIV é comprada por gigante americana
Companhia pernambucana estava na mira do grupo Owens-Illinois desde o final do ano passado. Negociação envolveu as unidades do Recife, Vitória de Santo Antão e do Ceará, além da marca CIV

O controle da marca e das operações da CIV está, a partir de ontem, à cargo da subsidiária brasileira da empresa norte-americana. A negociação envolveu três unidades fabris, duas em Pernambuco (no Recife e em Vitória de Santo Antão, Zona da Mata) e uma no Ceará, além da marca. No Brasil, a O-I atua com a marca Cisper e tem 90 anos de mercado, quatro fábricas e um portfólio que engloba mais de 500 itens.
A negociação abarcou apenas as operações da CIV, deixando de fora os outros segmentos onde o Grupo Cornélio Brennand atua. “O crescimento do Brasil e, especialmente, do Nordeste, assim como o modelo de gestão do Grupo Cornélio Brennand chamaram a atenção da O-I. A venda representa um reforço na capacidade do grupo de investir na prospecção de novas áreas de negócios. Quando se trata de novos projetos, não temos preconceitos. Temos três em estudos atualmente que serão anunciados no seu momento”, afirmou Drummond, acrescentando que havia uma disputa de mercado natural entre os dois grupos até então, mas nada que motivasse a O-I a adquirir a CIV como fins de eliminação da concorrência.
Ficaram de fora o segmento de desenvolvimento imobiliário do Grupo Cornélio Brennand – a Reserva do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, orçada em R$ 1,6 bilhão e que está em sua segunda fase. O projeto tem como sócios a Odebrecht e o Grupo Ricardo Brennand.
Também não entrou na operação a área de geração de energia, capitaneado pela Atiaia Energia, que possui cinco pequenas centrais hidrelétricas (PCH) em operação, com capacidade de geração anual de 1 milhão de MWh e que recentemente anunciou uma nova unidade na Zona da Mata Sul do Estado, a primeira em Pernambuco, batizada de Pedra Furada.
O empreendimento demandou R$ 40 milhões em investimentos e terá uma potência instalada de 6,5 megawatts (MW), o suficiente para abastecer uma cidade com de 25 mil pessoas. A previsão é que sua operação crie 300 postos de trabalho.
O principal novo projeto do Grupo Cornélio Brennand, que também não fez parte da transação, é a Companhia Brasileira de Vidros Planos (CBVP), uma nova empresa que vai atuar na produção de vidros para a construção civil. A planta, orçada em R$ 330 milhões, será erguida na cidade de Goiana, na Mata Norte.
As obras de construção da fábrica começam este mês. A unidade deve começar suas operações em 2012, com uma capacidade instalada anual de 260 mil toneladas e geração de 370 novos empregos diretos e mais de 1.500 indiretos. A CBVP também terá tecnologia para produzir vidros automotivos.