Cidades de PE que descobriram potencial de negócios agregaram maior população, a exemplo de Vitória

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Cidades de PE que descobriram potencial de negócios agregaram maior população, a exemplo de Vitória

Vitória de Sto. Antão entre as cidades de Pernambuco com maior população residente.

Além de Petrolina e Caruaru, cidades como Goiana, Ipojuca, Vitória de Santo Antão e São Bento do Una continuam a receber maiores contingentes de população por força da atividade econômica.

por Fernando Castilho, do Jornal do Commercio

No meio da tempestade de números que estão disponíveis no Censo 2023 de Pernambuco, um marca chama a atenção entre as 40 maiores cidades. Nas 10 que têm um perfil econômico diferenciado dentro da economia do Estado, todas registram aumento de sua população.

O caso de Petrolina – que assumiu a terceira posição de maior população (388.145) do Estado – é o mais emblemático pelo que a cidade se diferencia dos demais com o pólo de fruticultura irrigada às margens do Rio São Francisco. Isso fez a cidade a maior exportadora de frutas no Nordeste embora essa atividade, em tamanho menor, também está presente em Santa Maria da Boa Vista (40.464) pela produção de vinhos.

Mas se esse é o diferencial de Petrolina e Santa Maria da Boa Vista, Caruaru com sua economia diversificada – indo da indústria de confecções ao comércio e centrais de distribuição – também justifica o crescimento de sua população (378.180), segundo o Censo 2022. Esse é o mesmo elemento que também levou ao crescimento da população da vizinha Santa Cruz do Capibaribe (97.386) que, aliás, adquiriu personalidade própria como pólo de confecções que se espalha por mais de 50 cidades na região.

Essa capacidade de ancoragem já estava presentes nos municípios do Cabo de Santo Agostinho (203.084) e Ipojuca (98.762) por força do Complexo Portuário de Suape. Embora Ipojuca tenha se diferenciado ainda mais com o desenvolvimento de seu pólo turístico em Porto de Galinhas cujas atividades se somam às receitas e empregos gerados em Suape.

Mas ela também está presente em, ao menos, duas outras cidades que, nos últimos 12 anos, adquiriram personalidade da agregação de novas atividades como é o caso de Goiana (80.983), por força do Pólo Automotivo da Jeep e do pólo vidreiro liderado pela Vivix, além da Hemobras.

Esse mesmo perfil se deu com o Município de Vitória de Santo Antão (135.182) cuja marca de produção de cachaça, liderado pela Pitú com 75 anos, mudou de patamar econômico com a chegada da planta da Mondelez que, numa década, transformou a cidade na capital da produção de bombons do Nordeste embora também tenha recebido um conjunto de outras indústrias às margens da BR-232.

A escolha de uma atividade e a transformação dela num referêncial competitivo também está presente em cidades como Belo Jardim (79.143), que ancora o pólo de produção de baterias do Grupo Moura e, finalmente, em São Bento do Una (48.621) com a atividade de produção de ovos. Curiosamente São Bento é o único exemplo entre as cidades de tornaram-se referência econômica no Estado que registrou decréscimo de população. Mas isso não invalida a constatação de que cidades que construiram seu perfil econômico diferenciado tendem a atrair mais pessoas para os empregos gerados no município.

Até porque, mesmo em cidades com grande população, mas com desempenho econômico não diferenciado tendem a perder população. Ou ter crescimento vegetativo ligado essencialmente para o uso residencial.

Os primeiros números do Censo 2022 mostram que a performance econômica e o crescimento de um atividade econômica específica num município podem, de fato, alavancar a chegada de mais habitantes e Pernambuco. Seja pela variedades das atividades econômicas do Estado ou pelo que representa como ponto logístico no Nordeste.