Bom mandato não garante reeleição, revela pesquisa da UnB

Para chegar a esta conclusão, o pesquisador utilizou dados do Tribunal Superior Eleitoral, das Pesquisas de Informações Básicas Municipais (Munic) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“O fato de melhorar os instrumentos de gestão faz diferença para o funcionamento das prefeituras, mas dialoga pouco com o público”, explicou Antonio Lassance, que é doutorando em Ciência Política pela UnB.
Grandes siglas reelegem seus candidatos
Mas se o bom desempenho do político não é determinante para sua permanência no cargo, qual seria o fator mais importante a ser levado em conta? A pesquisa de Lassance identificou o peso dos grandes partidos como uma característica comum entre os reeleitos. Se comparados aos nanicos, essas agremiações chegam a apresentar “taxas pequenas de insucesso”.
No trabalho, o pesquisador cita o exemplo das votações nas eleições de 2000 e 2004 quando os nanicos PSDC, PT do B e PSL apresentaram índices de fracassos com taxas de 87,5%, 83,33% e 80%, respectivamente. Em contrapartida, o PT alcançou um índice de insucesso que chegou a 24,59%, o PMDB de 29,78%, o Democratas de 33,67%, e o PSDB de 33,64%.
Para o pesquisador, pesam mais no eleitorado o bom relacionamento do prefeito com os governos estaduais e federal. Além disso, é avaliado a sua capacidade de angariar recursos para os municípios oriundos das emendas parlamentares ao Orçamento da União. “O eleitor vota em uma determinada pessoa porque acha que ela tem atributos que o outros não tem, como implementar programas, por exemplo”, diz o pesquisador.
Independente do tamanho da cidade, o perfil das reeleições estudado pelo cientista político é praticamente o mesmo.
por Iram Alfaia, do VERMELHO.