Assembléia escolhe hoje a nova mesa diretora

A eleição para a escolha dos sete membros da mesa diretora da Assembléia Legislativa, hoje (01), às 15h, será marcada pela disputa, voto a voto, para o segundo cargo mais importante da Casa: a primeira-secretaria. Os deputados estaduais João Fernando Coutinho, que, atualmente, exerce esta função, e Aglaílson Júnior – ambos do PSB -, estão fazendo campanha para administrar aproximadamente R$ 240 milhões, valor do orçamento previsto para o próximo ano. Com a chave do cofre, o primeiro-secretário tem poder e influência para tomar decisões estratégicas para o Legislativo. Tudo indica que João Fernando Coutinho será o vitorioso. Há consenso, no entanto, para a presidência do Poder. O atual presidente, Guilherme Uchoa (PDT), será reconduzido.

Até o fim do prazo de inscrição para a eleição, o meio-dia de hoje, um grupo de parlamentares, formado por integrantes de diversas legendas, tentará convencer Aglaílson Júnior a recuar. O socialista, porém, disse ontem que não vai mudar de posição, uma vez que abriu mão da disputa há dois anos quando João Fernando foi indicado e eleito. Aglaílson lembra que, naquela ocasião, houve um acordo para que, este ano, o nome referendado fosse o dele.
“Sou o candidato oficial do PSB. Tenho o apoio de todos os socialistas (com a exceção de João Fernando). O candidato paralelo é ele, que quebrou o acordo”, frisou Aglaílson. Ele citou um documento que foi assinado pelos deputados da bancada do PSB: Carla Lapa, Elina Carneiro, Ceça Ribeiro, Soldado Moisés e Airinho.

O atual primeiro-secretário nega que esteja driblando qualquer tipo de acerto neste sentido. João Fernando disse que não está desempenhando o papel de “candidato paralelo”, como acusou Aglaílson. “Minha candidatura não foi colocada nesta condição (na eleição de 2007). Fui convocado pelo partido e fui eleito”, argumentou.
Naquela ocasião, João Fernando lançou, inicialmente, seu nome para a presidência, ameaçando bater-chapa com Guilherme Uchoa, que ganhou, e José Queiroz (PDT). Mas em nome de um consenso se retirou da disputa para ser premiado com a primeira-secretaria. Nos bastidores, comentava-se, na época, que toda a costura foi selada pelo Palácio para que o governador não assumisse o mandato com um Legislativo dividido e fragilizado pelas disputas internas. Hoje, seja quem for o eleito, deverá obter maioria absoluta, ou seja, 25 votos.

Para os demais cargos da mesa diretora, não haverá surpresa. Os partidos que integram as maiores bancadas da Casa entraram em um acordo e formaram a seguinte chapa: para a primeira-vice-presidência, Izaías Régis (PTB), para a segunda-vice-presidência, Antônio Moraes (PSDB), para a segunda-secretaria Sebastião Rufino (DEM), para a terceira-secretaria André Campos (PT), e para a quarta-secretaria Manoel Ferreira (PR). » do Jornal do Commercio.

Grupo tenta demover Aglailson Júnior

Uma comissão de deputados estaduais terá uma reunião, hoje, com o colega Aglailson Júnior (PSB), para tentar convencê-lo a retirar sua candidatura à primeira secretaria. O encontro está marcado para as 9h, na Assembléia Legislativa, provavelmente na sala de estar onde os parlamentares costumam reunir-se, conhecida como “buraco frio”.

A comissão será formada por André Campos (PT), Emanuel Bringel (PSDB), Eriberto Medeiros (PTC) e Izaías Régis (PTB). Na ocasião, eles argumentarão que Aglailson poderá ter prejuízo político se continuar na disputa, já que a maioria dos estaduais tende a votar em João Fernando Coutinho (PSB) – atual primeiro-secretário, que tenta a reeleição.

Ontem, alguns parlamentares afirmaram, em reserva, que Aglailson Júnior estaria irredutível, garantindo que permaneceria na disputa. A reportagem tentou insistentemente falar com o socialista, mas ele não atendeu às ligações. Tanto Aglailson quanto João Fernando passaram o final de semana ligando para os colegas no intuito de pedir votos.
Na sexta-feira, o atual primeiro-secretário promoveu almoço para os aliados, em um restaurante no bairro de Boa Viagem. Vinte e seis parlamentares compareceram ao encontro. Em compensação, Aglailson conseguiu as assinaturas dentro do PSB que garantiram sua indicação pelo partido. (da Folha de Pernambuco).