Ceclin
dez 20, 2008 7 Comentários


Animais são vítimas de maus-tratos no zoológico vitoriense

Entidades de proteção aos animais denunciaram ao Ministério Público maus-tratos no zoológico da Vitória de Santo Antão. Segundo representantes das ONG’s, alguns bichos são adestrados por funcionários do zôo, que não conta com veterinário ou biólogo de plantão, contrariando a legislação.

A carta, ilustrada com fotos de leões, ursos e outros bichos que supostamente sofrem maus-tratos, foi entregue há duas semanas à promotora Vera Rejane Alves dos Santos, para abertura de procedimento de investigação. “O pêlo do urso está caindo e não tem ninguém para fornecer remédio. A comida é dada no mesmo horário – meio-dia – a todos os animais, mesmo aos de hábito noturno”, reclama Maria Padilha, presidente da Associação Amigos Defensores dos Animais e do Meio Ambiente (AADAMA), que encabeça a lista dos denunciantes.

Os defensores dos animais alegam que os recintos não tem ambientação e áreas de fuga, nas quais os bichos podiam se esconder se incomodados pela presença humana. Uma das consequências disso, segundo as ONG’s, são os movimentos de vaivém observados no urso, chamado de Bruno, e no exemplar de papa-mel.

Sobre o adestramento dos animais, Padilha cita um macaco-de-cheiro manido fora do recinto e acorrentado por uma coleira peitoral. O animal atende a comandos do administrador do local, Amaro Avelino Ramos, como o de coçar a cabeça. O funcionário também costuma enrolar uma jibóia no pescoço. Amaro informa que o zoológico, que é municipal, conta ainda com leões, quatis, Ihama, anta, capivaras, papagaios e outras aves. “Temos um biólogo e um veterinário”, garante.

O Zoológico Melo Verçosa foi inaugurado em agosto de 1950. Depois de um período fechado, reabriu há oito anos. Segundo a administração, recebe de 400 a 500 visitantes aos fins de semana. O acesso ao local não é controlado, conforme denúncia das entidades constatada pelo Jornal do Commercio, que teve acesso ao zôo depois de uma criança da comunidade abrir o portão.
“Os visitantes podem ter acesso a diversas áreas do local. Crianças das áreas circunvizinhas pulam o muro do zoológico para pegar bolas”, diz a carta-denúncia encaminhada ao Ministério Público.
(Jornal do Commercio)