ABTV propõe união de blocos e troças para dinamizar o Carnaval de Vitória

Bruno, Pierre, Nildo e Jonatha garantiram a pluralidade musical da Feijoada da ABTV. Fotos: A Voz da Vitória/Equipe
Abrindo os preparativos para o Carnaval 2014 da Vitória de Santo Antão no último sábado (1º), no Restaurante Gamela de Ouro, a Associação de Blocos de Trio Elétrico da Vitória (ABTV), promoveu a 3ª edição de sua festiva Feijoada. O evento contou com a participação da imprensa local, artistas da terra, orquestra de Frevo, patrocinadores e foliões, além dos dirigentes de Blocos e Troças do Carnaval vitoriense.
Um dos momentos mais esperados do evento foi a entrega das homenagens a grandes personalidades do passado e do presente, entre eles os carnavalescos falecidos recentemente, Sérgio Tarso e Lêda Costa, assim como o artista Duda da Passira, através de seus familiares, receberam as devidas homenagens. O Clube de Fados Taboquinhas, representado pela sua diretoria, recebeu uma estatueta simbolizando a passagem dos seus 90 anos. Os atuantes carnavalescos Elminho Ferrer (Troça ETsão) e José Varela (Clube dos Motoristas) também foram festejados pelos relevantes serviços prestados ao Carnaval de Vitória.
Para Charles Romão, presidente da ABTV, espera-se que o Carnaval 2014 da Vitória de Santo Antão cumpra sua histórica função de assegurar sua identidade cultural. Romão teceu críticas a forma como vem sendo conduzida as decisões em torno da logística do Carnaval vitoriense, lamentando que as troças carnavalescas que são exemplos de organização e compromisso com a genuína Festa de Momo, estejam subordinadas a uma entidade inerte para intervir junto ao Poder Público. Ele se referiu a Associação do Carnaval Tradicional Vitoriense (ACTV) que perdeu sua legitimidade após a morte do seu fundador Paulinho Oliveira. “Seria bom e urgente que as troças se unissem para ter uma entidade mais forte, pois só assim, a ABTV poderia ter mais um aliado para todos termos um carnaval plural e mais participativo”, avaliou Charles Romão. Vários dirigentes criticaram a condução que vem sendo tratado o percurso do desfile dos blocos e troças e aguardam uma reunião para definir a respeito no próximo dia 05 de fevereiro.
Nenhum representante do Poder Executivo vitoriense compareceu ao evento. Do Poder Legislativo estavam presentes Dr. Saulo Albuquerque (SDD), Novo da Banca (PSD) e o Prof. Edmo Neves (PMN) – Presidente da Câmara de Vereadores da Vitória.
Durante a feijoada, quem comandou a festa foram os artistas que teve Bruno e Márcia Barros como cicerones. Um dos momentos mais emocionantes foi quando se formou o quarteto entre Bruno, Nildo Ventura, Pierre e Jonatha Chocolat, interpretando grandes sucessos do Frevo pernambucano. Vale destacar ainda a presença da Orquestra Ciclone, do Maestro Givaldo Barros, que agradeceu com muito frevo a homenagem prestada neste sábado, pelo que se tornou na atualidade a tradicional Troça ETsão e ETsuda no sábado de Zé Pereira em Vitória, sempre arrastando uma grande multidão pelas ruas da cidade e é hoje uma das maiores e melhores Troças do Carnaval de Vitória. Para Elminho Ferrer, presidente do ETsão, este declarou em seu pronunciamento na Gamela de Ouro, o fato da Troça hoje ser um patrimônio do povo de Vitória. “Antes o divisor do carnaval vitoriense era a Girafa, Cebola Quente e Camelo, hoje não se consegue registrar o Carnaval de Vitória se não tivermos o ETsão. O fato é que hoje o sábado de Carnaval com o ETsão representa uma legítima agenda para brincar os outros dias em Vitória e região”, avaliou Elmo Ferrer, anunciando que em 2014 a Troça vai contar com duas orquestras: Ciclone e A Venenosa.
Ciente que hoje há uma dependência dos Trios Elétricos em paralelo com as Troças com Orquestras de frevo, o Carnaval de Vitória vai se redesenhando para um novo formato, e isso se desenvolve à margem do Poder Público. Quem sempre fez e continua fazendo o tradicional carnaval de Vitória é o povo. Sabendo desta singularidade, as entidades que congregam os guerreiros diretores destas agremiações precisam se unir e discutir os novos desafios que se colocam diante do Carnaval da Cidade, para evitar em médio prazo que nós percamos um dos grandes patrimônios da Terra das Tabocas.
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