Ceclin
maio 24, 2009 2 Comentários


A Perdigão fez a sua parte, o governo, ainda não

Publicado em 24.05.2009

Empresa construiu fábrica, mas a infraestrutura no seu entorno é precária

Adriana Guarda

BOM CONSELHO – No dia 15 de junho, as máquinas da fábrica da Perdigão em Bom Conselho (distante 266 km do Recife) serão ligadas para processar os primeiros litros de leite da nova indústria. O empreendimento será o primeiro inaugurado pela recém-criada Brasil Foods (BRF) – multinacional do setor de alimentos, resultado da fusão da Sadia com a Perdigão. Os testes na planta vão começar, mas a infraestrutura ainda está por fazer. Para chegar a Bom Conselho, os veículos precisam fazer uma espécie de bailado, desviando dos buracos da PE-218 – única estrada de acesso ao município – que se multiplicam no trajeto desde Garanhuns.

Num protocolo de intenções assinado com a Perdigão no ano passado, o governo de Pernambuco se comprometeu a recuperar a rodovia e a executar a obra de uma via de acesso até a fábrica, mas está atrasado.
“Quando a fábrica entrar em funcionamento o tráfego de veículos será aumentado. Precisaremos fazer o transporte dos funcionários de ônibus, além de receber os caminhões com leite e outras matérias-primas”, observa o gerente administrativo da Perdigão, Leomar Lino Lorenzett. “Nosso negócio é produzir industrializados não construir estradas”, completa. O executivo frisa que quando a fábrica estiver processando 100 mil litros de leite por dia, o fluxo de carretas será de cinco por dia e quando alcançar o patamar de 300 mil litros/dia será de 15 caminhões.
O secretário de Transportes, Sebastião Oliveira, afirma que o projeto executivo da recuperação da PE-218 já foi contratado e deverá ser entregue pela empresa Entel até setembro deste ano. Com o projeto em mãos, que vai custar R$ 500 mil, a perspectiva é entregar a obra concluída em abril de 2010 (quase um ano após a inauguração da fábrica). A obra da PE-218 está orçada entre R$ 15 milhões e R$ 18 milhões e será executada num trecho de 50 quilômetros, entre Garanhuns e Bom Conselho. “A situação da rodovia estourou na minha mão. O governo anterior não tinha nenhum projeto para a via”, assinala.
Na última terça-feira, a prefeita de Bom Conselho, Judith Alapenha, despachou com Sebastião Oliveira e pediu a construção de cinco lombadas na rodovia para diminuir o número de acidentes.

O secretário disse ao JC que, desde a última terça-feira, a secretaria contratou a empresa Ancar para fazer uma operação emergencial tapa-buraco na estrada, mas durante os dois dias que a reportagem esteve no município (quarta e quinta passadas) não presenciou o trabalho das equipes. “Se choveu, o trabalho deve ter sido suspenso e aí se espera três dias para recomeçar”, justifica Oliveira.
A operação tapa-buraco deverá custar R$ 800 mil e ser concluída em julho.

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