Ceclin
jun 07, 2010 2 Comentários


“O nosso dossiê é o projeto político", afirma Fernando Ferro

Líder do PT na Câmara Federal em entrevista ao Blog da Folha
Líder da bancada petista na Câmara dos Deputados, Fernando Ferro estará reunido na próxima quarta-feira com os demais líderes de apoio à base governista. A pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, também estará presente no encontro que discutirá entre outras coisas a organização de palanques nos Estados e estratégias de defesa, após acusações contra a ex-ministra de um suposto dossiê criado para prejudicar o também presidenciável José Serra (PSDB).

“O nosso dossiê é o projeto político. Não vamos fazer esse debate amesquinhado, pequeno, que a oposição quer fazer como se fosse uma delegacia de polícia”, diz Ferro, que integra a lista dos 100 mais influentes de Brasília, segundo o Diap. Nesta entrevista ao Blog, o parlamentar também fala do clima de eleições plebiscitárias em Pernambuco e no Brasil.

O senhor ficou entre as “cem cabeças” do Congresso, segundo lista divulgada pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Como o senhor avalia isso?

Recebi com orgulho e satisfação de poder estar representando o meu Estado. Ao mesmo tempo é um estímulo para que a gente possa continuar o trabalho e sinta responsável e honrado com a representação que o povo me concedeu. Sou um deputado federal de quarto mandato e já fui avaliado vários vezes pelo Diap, que é um órgão que avalia com muita isenção os parlamentares mais influentes do Congresso.

Este ano teremos uma eleição plebiscitária tanto a nível nacional como aqui em Pernambuco também. As comparações serão o foco do pleito?

É uma realidade. Dessa situação não se pode fugir. A população sempre compara para julgar o que foi feito e o que está sendo proposto e evidentemente o que lhe afetou a vida seja para o bem e para o mal. É lógico que a avaliação pessoal do presidente Lula é um dado que leva a população a pensar se deve ou não fazer mudança agora.

Aqui em Pernambuco porque não deveria mudar?

Pelos indicativos do crescimento da economia, pelo momento político que Pernambuco vive. Um dos Estados onde mais cresce a economia do País. Estamos provocando hoje um êxodo invertido. Antes saiam daqui para trabalhar em São Paulo e em outros centros urbanos. Agora é justamente o contrário. Está vindo gente de fora para trabalhar aqui porque tem oportunidade de trabalho do nosso Estado graças a um desempenho administrativo e político do governador Eduardo Campos que nos permite esse cenário. Não vejo como o cidadão entrar em alguma aventura ou voltar às experiências falidas do passado.

E qual o diferencial entre Eduardo e Jarbas?

A própria característica do governador Eduardo Campos já é muito agregadora . É uma pessoa que faz política com muita satisfação e alegria. Não é mau humorado e não passa a ideia de que está com raiva de Deus e do mundo. É um político dinâmico e tem a sorte de se encontrar numa quadra de crescimento do Brasil onde o governo Lula ajuda muito o Estado. O nosso oponente Jarbas chegou a afirmar no passado que o governo do presidente Lula era melhor para Pernambuco do que o governo do partido que ele apoia, o PSDB. Não é a toa que a população dá mais de 90% de aprovação para o Governo Federal. Isso cria uma grande dificuldade para a oposição encontrar um eixo de discurso e de programa para querer apresentar mudanças em Pernambuco.

O que o senhor acha do mote de campanha da oposição “Pernambuco pode mais”?

Se fosse gente nova na política até valeria, mas pode fazer isso uma gente que no passado não fez?
Eles não fizeram quando tiveram a oportunidade de fazer quando estavam no governo de Fernando Henrique Cardoso. Quem pode fazer e vai aprofundar é quem está fazendo. Esse discurso aí é frágil e não se sustenta na realidade. Quando tiveram a oportunidade de fazer mais, não fizeram. Levaram o País para a estagnação, privatização, crise, entrega ao FMI, venda das empresas nacionais, desmoralização internacional. Esse é um discurso frágil e falacioso. Ninguém vai entregar o seu destino político a algo incerto e que gere insegurança.

Ver o ex-prefeito João Paulo fora da chapa majoritária para o Senado foi um golpe duro para o Campo de Esquerda Unificado (CEU). Qual a sua avaliação disso?

Nunca escondi minha simpatia pela candidatura de João Paulo. Acho que ele seria um candidato com grandes perspectivas eleitorais, uma liderança reconhecida, um quadro político dos mais significativos e aqui em Pernambuco é a maior expressão política do PT. No entanto, ele fez uma avaliação que não teria apoio suficiente para essa disputa e tomou uma decisão isolada. Não nos consultou para retirar a candidatura e nos deixou diante da situação de que o PT agora tem um candidato, Humberto Costa, e que será o nome do partido ao Senado. Mas a vida e a política são assim. Nem João nem Humberto são donos do PT e vamos fazer campanha para ele (Costa) e temos certeza que Pernambuco fará um senador do PT nessas eleições.

O senhor já acusou Humberto de usar a máquina quando era secretário das Cidades para beneficiar o grupo dele nas eleições internas do PT …

Teve problemas, divergências. Mas chega uma hora que nós ou valorizamos as questões menores das disputas ou pensamos no nosso projeto principal que é ganhar a Presidência da República e construir nos Estados cenários que ajudem a ganhar essa eleição. Em Pernambuco, o cenário que ajuda a ganhar essa eleição é com a candidatura de Humberto ao Senado, então não podemos ficar presos a divergências localizadas até porque recebi críticas também nesse processo de disputa interna do PT. Vamos buscar cumprir o nosso papel que é derrotar os adversários e trabalhar para fortalecer nossas bancadas federal e estadual, e principalmente eleger Dilma e Eduardo.

Leia mais aqui.