“Brasil será sacrificado”
Publicado em 19.10.2008
O presidente em exercício, José Alencar, disse na última sexta-feira que o desenvolvimento econômico do País será ainda mais sacrificado com o desenrolar da crise financeira internacional. Para ele, o Brasil tem condições excepcionais de atravessar a turbulência com danos menores.
“O Brasil está muito bem e tem condições excepcionais de atravessar isso tudo, mas vai se sacrificar um pouco também, como já está se sacrificando, para que possa haver uma travessia com menos danos, menos problemas, e isso todos estamos engajados trabalhando para isso”, afirmou, após receber o título de patrono do Senai, no Rio de Janeiro.
“O Brasil está muito bem e tem condições excepcionais de atravessar isso tudo, mas vai se sacrificar um pouco também, como já está se sacrificando, para que possa haver uma travessia com menos danos, menos problemas, e isso todos estamos engajados trabalhando para isso”, afirmou, após receber o título de patrono do Senai, no Rio de Janeiro.
Alencar defendeu que haja um questionamento sério a respeito do sistema financeiro internacional. De acordo com o presidente em exercício, o mundo não pode ficar à mercê de aventuras praticadas pelo sistema bancário-financeiro.
“Isso acaba repercutindo em desastre para todos os países, como está acontecendo hoje, com essas besteiras que foram feitas nos Estados Unidos”, observou.
Ele voltou a criticar a taxa de juros praticada no Brasil, destacando que foram gastos R$ 1,2 bilhão nos últimos oito anos com juros na rolagem da dívida pública.
“Isso acaba repercutindo em desastre para todos os países, como está acontecendo hoje, com essas besteiras que foram feitas nos Estados Unidos”, observou.
Ele voltou a criticar a taxa de juros praticada no Brasil, destacando que foram gastos R$ 1,2 bilhão nos últimos oito anos com juros na rolagem da dívida pública.
“É preciso baixar os juros, eles estão errados. Essa excelência da economia brasileira é apesar dos juros, não é graças a eles não.”
Presente ao evento, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, afirmou que o impacto da crise sobre a indústria ainda é pequeno, mas revelou certo temor em relação ao quadro futuro, caso não haja solução de problemas de obtenção de crédito.
Presente ao evento, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, afirmou que o impacto da crise sobre a indústria ainda é pequeno, mas revelou certo temor em relação ao quadro futuro, caso não haja solução de problemas de obtenção de crédito.
Ele reconheceu que o governo vem fazendo esforços para garantir linhas de financiamento, mas criticou a falta de reformas estruturais nos últimos anos.
“É preciso retomar a agenda de reformas, temos que fazer o dever de casa. O Brasil abandonou isso por um quadro absolutamente favorável nos últimos anos.
“É preciso retomar a agenda de reformas, temos que fazer o dever de casa. O Brasil abandonou isso por um quadro absolutamente favorável nos últimos anos.

Na visão de Armando Monteiro Neto, a crise é episódica e não há razão para que o empresário brasileiro não acredite que o País vai superá-la, diante de fundamentos sólidos da economia. Ele lembrou que setores dependentes do crédito, como a indústria automobilística, poderão ser mais afetados pela crise.
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ontem que a prioridade do governo federal no enfrentamento da crise financeira internacional é a manter o crescimento das taxas de emprego no País. Para isso, destacou a ministra, será preciso garantir a concessão de crédito às empresas. Dilma assegurou que “o governo não quebra” diante dos efeitos da turbulência global.
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ontem que a prioridade do governo federal no enfrentamento da crise financeira internacional é a manter o crescimento das taxas de emprego no País. Para isso, destacou a ministra, será preciso garantir a concessão de crédito às empresas. Dilma assegurou que “o governo não quebra” diante dos efeitos da turbulência global.
A Companhia Industrial de Vidros (CIV), empresa do Grupo Cornélio Brennand que produz utensílios domésticos (copos, jarras, potes) e embalagens de vidro, tinha 10% da sua produção destinada a exportação há dois anos. Hoje, o comércio internacional representa apenas 5% da produção da empresa. “Neste momento de volatilidade do câmbio, não vamos fazer nenhum esforço para aumentar a exportação, justamente, por ser um momento de incertezas. A crise é ampla e aguda, estamos observando o comportamento do mercado”, explicou o presidente da companhia Paulo Drummond.
(Jornal do Commercio).
(Jornal do Commercio).